O inesquecível João Maciel, velha glória do futebol micaelense

 

JOÃO MACIEL  -  Poderá não ter sido o melhor guarda-redes do futebol micaelense. Aliás é sempre difícil, quase impossível, catalogar jogadores, este foi melhor do que aquele, aquele foi superior àqueles. Houve, aliás, grandes guarda-redes no futebol micaelense. JOÃO MACIEL, para além de ter sido dos melhores, foi sem dúvida, o que mais renome atingiu, “fora de portas”.
PASSOU AO LADO DE UMA GRANDE CARREIRA a nível nacional, quando por uma “exigência tola” (queria que ficasse igualmente o seu colega Tomaz Ricardo Azevedo), depois de prestar provas e ter agradado aos técnicos do Futebol Clube do Porto, imposição que não foi aceite pelo clube da Cidade Invicta.
INICIOU A SUA BRILHANTE carreira no Micaelense Futebol Clube (seu clube do coração); jogou no Angrense, no Clube União Micaelense (a troco de um bom emprego) onde terminou a sua carreira.
AGIGANTAVA-SE, SEMPRE,  com clubes continentais que nos visitavam. Dado o forte pendor atacante de tais equipas, JOÃO MACIEL, era forçado a grande trabalho, vindo ao de cima a sua classe indiscutível, as suas exibições inesquecíveis, recordadas com saudade pelos amantes do futebol.
RECORDO-ME de um “episódio” passado no Jácome Correia, onde o Grupo Desportivo da CUF, na altura das melhores equipas nacionais da I Divisão e de visita a Ponta Delgada a título particular e num dos jogos realizados contra a equipa onde actuava JOÃO MACIEL que efectuou uma extraordinária exibição, Fernando Vaz, um dos mais credenciados técnicos do futebol nacional de todos os tempos, na altura ao serviço da CUF, perante a demonstração de tão reais qualidades e perante a possibilidade de levar MACIEL para o continente, perguntou-lhe a idade. MACIEL respondeu, que tinha 36 anos de idade. Logicamente Fernando Vaz desistiu das suas pretensões.
Foi, sempre, sem sombra de dúvidas, um predestinado para o difícil lugar de guarda-redes.
FICOU NA MEMÓRIA e na saudade de muitos, a defesa de uma grande-penalidade num jogo contra a RAF (equipa constituída por militares ingleses em serviço durante a II Guerra Mundial, nos Açores com alguns internacionais do futebol inglês). O marcador desta grande-penalidade foi exactamente um desses internacionais que, perante a extraordinária defesa de MACIEL, o foi abraçar.
AlCANÇOU O COROLÁRIO da sua brilhante carreira ao seu convidado pelo Marítimo da Madeira para integrar a sua equipa numa digressão pelas antigas províncias ultramarinas de Angola e Moçambique, onde o popular clube madeirense conseguiu um feito nunca igualado, o de concluir a sua digressão sem conhecer o travo amargo da derrota, contando por vitórias todos os jogos realizados, ultrapassando, assim, todas as equipas continentais em anteriores e posteriores digressões. Para esse comportamento vitorioso muito contribuiu as extraordinárias exibições de JOÃO MACIEL que, por isso, aquando do desembarque no regresso à Madeira, foi levado em ombros, do cais até à sede do clube. Um “marco” na carreira de um extraordinário jogador.

JOÃO MACIEL, faleceu há já alguns anos, na América, onde residia, com 61anos de idade. 
PORÉM, FICARÁ NA HISTÓRIA DO FUTEBOL MICAELENSE, na recordação e na saudade dos inúmeros admiradores que nunca  esquecerão as suas inesquecíveis exibições que “ofereceu” aos amantes da modalidade. 
Que Deus o tenha a seu lado.