Roturas musculares

 

1 – Podem ser classificadas de grau 1 (ligeiras / “microrroturas”), grau 2 (médias / parciais) e grau 3 (graves / totais).

2 – Ocorrem quando há uma contração rápida e forte, um estiramento brusco para além do limite normal ou na sequência de uma contusão direta. São muitos frequentes nos desportos “explosivos” como o futebol e a velocidade no atletismo, mas podem ocorrer na população geral, mesmo nos não atletas. No caso do futebol os músculos da face posterior da coxa são os mais afetados e habitualmente ocorrem na sequência de um movimento de travagem (desaceleração).

3 - As queixas principais de imediato são a dor e a incapacidade para manter a atividade.

4 – O diagnóstico é essencialmente clínico: a) Ouvir o doente para nos explicar como aconteceu o episódio; b) Examinar a região: Dor à palpação; Dor na contração resistida; Dor ao estiramento. Habitualmente não são necessários exames complementares, mas o seu médico poderá solicitar uma ecografia ou até, em alguns casos, uma ressonância magnética nuclear.

5 – Como se trata? Na fase aguda, até aos 3 a 4 dias, o repouso é fundamental.  SE for necessário o seu médico irá receitar-lhe um analgésico e um relaxante muscular. Os anti-inflamatórios só devem de ser usados nos casos com muitas dores, pois podem atrasar o processo de cicatrização. O “RICE” (Repouso, “Ice” /gelo, Compressão e Elevação) é fundamental. Depois do alívio das queixas dolorosas inicia-se a fase com alongamentos progressivos para que a cicatriz na zona muscular se faça de uma forma ordenada no sentido longitudinal do músculo, caso contrário corremos o risco da formação de uma “fibrose” local dolorosa. Os tratamentos de fisioterapia deverão iniciar-se cerca de uma semana após a lesão. Entre 2 a 3 semanas inicia-se o treino progressivo com a readaptação ao esforço.

Notas: 1 – As fibras musculares não regeneram.  Curam através da formação de uma cicatriz que não tem as mesmas características do músculo; 2 – Em média a cicatrização leva cerca de 3 semanas, pelo que não vale a pena tentar ir competir antes disso, pois o risco de recidiva é muito elevado; 3 – O recurso à cirurgia é muito raro e só nas roturas de grau 3 ou nas parciais subtotais; 4 – Não existem tratamentos “milagrosos”. 5 – O recurso a altas tecnologias como seja a câmara hiperbárica, a aplicação de fatores de crescimento derivados das plaquetas (plasma rico em plaquetas) ou a eletrólise percutânea intracelular (EPI) são procedimentos caros e habitualmente só são utilizados em atletas de alto rendimento (mas volto a insistir, não fazem milagres).