Encefalite Equina Oriental (EEE – Eastern Equine Encephalitis)

 

Conforme muitos podem ter conhecimento, um residente de New Hampshire aparentemente sem problemas de saúde foi recentemente vítima da Encefalite Equina, um vírus propagado por mosquitos que se encontra disseminado por 5 estados da Nova Inglaterra.
Nem o vírus, nem a doença são raros, mas os cientistas continuam intrigados com o facto desse patogénio poder causar infeções devastadoras e até a morte em alguns indivíduos. Segundo o virologista Jonathan Abraham, da Faculdade de Medicina da Harvard, neste momento nem se sabe quantas pessoas são infetadas por este vírus, pois os sintomas são geralmente suaves, com febre, mal-estar, e dores de cabeça pouco intensas, o que faz com que o doente nem recorra ao médico. 
Infelizmente, 2 por cento dos adultos e 5 por cento das crianças podem sofrer de complicações graves, incluindo a encefalite, um tipo de infeção cerebral, que pode causar a morte em até um terço dos afetados. Dos que sobrevivem, muitos queixam-se de sintomas duradouros, incluindo ataques epiléticos e paralisia. Os doentes com menos de 15 anos e mais de 50, particularmente os com problemas de imunidade, são os que estão em maior risco. Note o/a leitor/a que os danos cerebrais não são normalmente o resultado direto da ação do vírus, mas sim do processo inflamatório quando o órgão tenta controlar a infeção.
Não existe neste momento um tratamento eficaz para a encefalite equina e o uso de imunoglobulinas intravenosas parece não fazer muita diferença. Quanto a vacinas, parece difícil desenvolver uma eficaz, pois os surtos de EEE são esporádicos e não sabemos bem quem pode beneficiar de vacinação. Os testes de diagnóstico também não são perfeitos, pois o vírus já praticamente desapareceu do organismo quando o doente entra no hospital ou em coma.
O que podemos fazer para minimizar o risco de contrair esta infeção? As primeiras considerações são de natureza ecológica, relacionada com a quantidade de chuva. Como sabem, as larvas de mosquito desenvolvem-se em poças de água estagnada, pelo que o/a leitor/a deve vazar todos os recipientes exteriores da sua propriedade aonde os mosquitos possam pôr ovos. Este vírus tem um ciclo de vida que vai de uma incubação em aves, de regresso aos mosquitos, e depois passado a cavalos (daí o nome Equina), aves, e seres humanos. Evite também estar fora de casa ao entardecer e de madrugada durante os meses quentes, proteja-se com mangas e calças compridas, e use um repelente de insectos. Lembre-se, que apesar deste ser um vírus relativamente benigno para a maioria das pessoas, qualquer vírus pode ser imprevisível, tal como vimos com o COVID-19. Haja saúde!