Os 175 países membros da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a agência de migração da ONU, votaram dia 15 de maio, em Genebra, para escolher o seu líder para os próximos cinco anos numa disputa incomum entre o seu diretor-geral europeu, o português António Vitorino, e a sua vice-diretora, a norte-americana Amy Pope.
A OIM tem cerca de 19.000 funcionários em 171 países que fornecem comida, água, abrigo e papelada aos migrantes, e está enfrentando crises migratórias em massa em lugares tão diversos quanto a fronteira EUA-México, Mediterrâneo central, Bangladesh, Ucrânia e Sudão.
O confronto é incomum porque Pope, diretora-geral da OIM para gestão e reforma, tentava demitir o seu chefe numa disputa entre aliados (os Estados Unidos e Portugal são membros da NATO).
Oito dos 10 diretores-gerais da OIM desde que a agência foi fundada, há 72 anos, foram americanos e Washington decidiu recuperar a hegemonia.
Para vencer sob as regras da OIM, um candidato precisa obter votos de dois terços dos países que votaram na eleição.
Vitorino era o candidato dos nove países lusófonos e dos 27 países da Comunidade Europeia, mas a maioria estava com a candidata dos EUA e, cavalheirescamente, o português decidiu retirar a candidatura.
