São João, festa do povo, que encontra a sua real vivência desde 1932 no Clube Juventude Lusitana

 

O aroma festivo das sardinhas assadas, o aroma festivo da carne de espeto, dos frangos de churrasco tudo regado com a loirinha cerveja ou o vinho tinto de Penalva do Castelo constituia o quadro das festas de São João que o Clube Juventude Lusitana, Cumberland, RI leva a efeito desde 1932.
Uma comissão presidida por João Marques, o jovem presidente do Clube Juventude Lusitana neste ano de 2024, trouxe a palco as festas de São João.
Têm um cunho de realidade que já se prolonga por 92 anos.
Este ano de 2024, no dia 21 de junho, depois de abertos os pavilhões pelas 7:00 o recinto das festas deveria receber o rancho Danças e Cantares do Clube Juventude Lusitana.
Atuação que se limitou ao salão devido à chuva que caiu. Salão que encheu e nas mesas os foliões deliciavam-se com um saboroso frango de churrasco, um delicioso cabo verde, umas gostosas favas, uma sanduíche de caçoila ou bifana. As estruturas de que o Clube Juventude Lusitana dispõe facilitaram a continuação da festa, mesmo com a chuva que teimava em cair.
O Chris, com o seu entusiasmo próprio, mostrava-nos os gráficos no telefone que indicavam o final da chuva. Mas como as ordens vêm de São Pedro, o mais seguro foi continuar a festa no salão.
Tem por cartão de apresentação digressões a Portugal Continental e Açores. Aqui ao pé da porta atuação e desfile no Provincetown Portuguese Festival, Cape Cod, numa parada visionada por milhares de pessoas num cordão humano desde o princípio ao fim. Entre o tipicismo das habitações e restaurantes onde o prato, não menos típico é o de lagosta. 
As Gaitas da Nossa Terra atuaram pelas 7:30. Confirmaram a sua popularidade que vêm conquistando ao longo dos anos com especial referência no desfile da parada do 4 de julho em Bristol e aqui e uma vez mais com uma visibilidade de milhares de pessoas. Não, não é exagero. Bristol abre-lhe a porta pelas 6:00 da manhã. Vá. Mas vá cedo. Lugares não faltam ao longo do trajeto. Mas se for cedo. Caso contrário vai ter problemas. 
Pelas 8:00 de 21 de junho subiu ao palco o Duo Polly & Juliana Victor, de New Jersey.

Vamos ao sábado

Os pavilhões, cozinha e restaurante abriram pelas 5:30 da tarde. Não faz muito sentido ir presenciar e aplaudir agrupamentos musicais de barriga vazia. Sendo assim e já preparados e quando eram 6:00 surgiu a supresa das festas: Marchas de São João da Escola Portuguesa do CJL
O São João ali por Cumberland gosta de se enfeitar com marchas populares. Tudo isto começou ali por 1990, quando na presidência de Rui Henriques este se lembrou de formar as Marchas de São João. Fizeram sucesso. Mas o que é bom acaba de pressa. E as marchas não foram exceção.
Mais tarde surgem as Marchas Populares da Banda do C.J.L. Também foram sol de pouca dura. 
No passado sábado, pela mão de Luciana Borges e Isabel Claro surgiram as Marchas de São João da Escola Portuguesa do CJL. Graciosidade. Beleza. Juventude. Muitos e calorosos aplausos.
Estávamos na presença de pais, avós, padrinhos e tios. São estas iniciativas que movimentam a comunidade.
E uma vez mais só o Portuguese Times dá o merecido valor a estes projetos, para muitos julgados de pouca importância. Acompanhamos os projetos e sabemos dar-lhes o valor.
Pelas 7:30 subiram ao palco o grupo “Os Cavaquinhos do C.J.L.”
Mais um grupo “Made in CJL”. Temos de admitir que estamos perante uma “catedral erguida em nome de Portugal” cheia de talentos, mesmo musicais. Digressões ainda não consta do “curriculum”. Mas não nos admira que ainda os vamos ver atuar num casino em LasVegas. 
E com a multidão a aumentar, não obstante as altas temperaturas que se faziam sentir, entra em concerto a Banda do CJL. E aqui temos um vasto e recheado “curriculum” de digressões. Recordamos ter acompanhado a digressão rainha a Portugal, assentando arraial em Penalva do Castelo, a terra da “trilogia sagrada”: Maçã de Bravo de Esmolfe, Vinho de Penalva do Castelo e Queijo da Serra”. E depois vaguear por vilas e cidades em que cada concerto era um êxito.
O máximo foi atingido em Lisboa no Palácio de Belém, recebida pelo então presidente da República Mário Soares.  
Mas os êxitos não se ficam por aqui. E a banda regressa a Portugal, mas desta vez acompanhada pelo governador de RI Daniel McKee, na altura mayor de Cumberland. 
Ainda hoje o sr. governador não se cansa de elogiar
a hospitalidade das gentes de Penalva do Castelo. Da gastronomia. Dos vinhos.
O conjunto Eratoxica encerrou as festas de São João do Clube Juventude Lusitana 2024.

Como tudo começou

Antes de termos chegado aos EUA já o saudoso professor Amadeu Casanova Fernandes cantava os feitos das gentes que à força de pulsos de ferro ergueram o Clube Juventude Lusitana.
Mas uma organização que desde o primeiro minuto, através de gente que lhe sobrava no entusiasmo a falta de formação académica, de rudimentares conhecimentos, apostarem em fazer uma organização que fosse além de um bar para beber uma cerveja. 
E sendo assim a  Secção Desportiva surge em 1922. Senhoras Auxiliares, 1923. Banda Filarmónica, 1926. Grupo Dramático, 1927. Escola Portuguesa, 1929. Rancho Folclórico 1934. Festas de São João 1932.
Não serão muitas organizações lusas, possivelmente, única, nos EUA com este leque de atividades. 
No veloz desfiar dos anos, Já lá vão 92…
E as celebrações sanjoaninas no Clube Juventude Lusitana, sempre em alta e em cadência festiva cada vez mais acentuada, têm sido, para além do mais, a homenagem sincera e bem merecida aos foliões que em boa hora ali as criaram.
Vai longe o ano de 1923. Vindo das serranias da Beira, um grupo de penalvenses, ruídos de saudade da terra natal e por certo desejoso de afogar as mágoas que os “machine shops” ainda mais agudizavam tiveram um sonho.