Uma história, em português,
Tem um dito ao começar,
Começa: Era uma vez,
P’ra depois continuar!…
E, esta vez pode ser
Vista de muita maneira,
Se acaso acontecer
Esta vez ser a primeira!
Era uma vez, se dizia,
Na história começada,
Quando ela principia,
Depois, já não vale nada!…
Era uma vez, em suma,
É uma indicação,
Ser só esta, ser só uma,
Antes da continuação!…
Cá na minha opinião,
Era uma vez, ao narrar,
É só uma introdução,
Para a história contar!…
Era uma vez, em memória,
É um princípio, uma arte,
O começo da história,
Mas que dela não faz parte!…
É um princípio, um aviso,
Algo a principiar
Que ali não é preciso,
Bem se podia escusar!…
Uma vez que se deitou
Ali sem qualquer razão,
Ao principiar se usou
Só p’ra chamar à atenção!…
Era uma vez, quanto a mim,
É como seja uma entrada,
Um princípio sem ter fim,
Diz muito, sem dizer nada
Era um vez, p’ra quem ler
Só vai sentir a massada,
Procurando algo entender
A história não diz nada!…
Era uma vez, estou pensando
Todo o seu fim terminal,
Pode ser principiando,
Ou pondo o ponto final!…
Tudo o que aqui se fez,
Nada vale, porque em suma
Proclamamos uma vez,
Sem que haja vez alguma!…
O que aqui não vai escrito,
Peço perdão, por favor,
No próximo vos será dito,
Explicado e melhor!…
O que aqui não se fez,
Será dito de outra vez!…



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