13 de agosto de 2025 foi um dia histórico para a cidade brasileira de Bom Jesus do Itabapoana, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, e para a própria Região Autónoma dos Açores, pois que celebrou a Açorianidade, com perspetiva perene, sob duas formas concretas e consequentes.
Por um lado, instituiu o Dia Municipal do Imigrante Açoriano, que passa a ser anualmente celebrado a 13 de agosto, na sequência da Lei 1.867, de 6 de fevereiro de 2025, aprovada pela Câmara de Vereadores de Bom Jesus do Itabapoana, proposta pelo vereador Clerinho da Soledade e sancionada pelo vice-presidente José Luiz do Carmo.
Por outro lado, inaugurou o Monumento à Imigração Açoriana no Vale do Itabapoana, que honra a História para memória futura na praça central da cidade, a Praça Governador Portela, com o registo de nomes representativos como o Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, o Prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, Paulo Sérgio Travassos do Carmo Cyrillo, e o presidente da Casa dos Açores do Espírito Santo, Nino Moreira Serôdio.
A escolha do dia para a comemoração anual e do local para o registo monumental tem fundamento histórico e enquadramento adequado.
Foi a 13 de agosto de 1947 que aqui faleceu o idolatrado açoriano Padre Antônio Francisco de Mello, nascido a 27 de abril de 1863 no lugar da Achada Grande do concelho do Nordeste da ilha de São Miguel no arquipélago dos Açores, que chegou a Bom Jesus do Itabapoana a 18 de junho de 1899, desenvolvendo a vida da comunidade em meio século e marcando a história da cidade para sempre.
E é nesse dia que começa a festa maior da cidade, a tradicional Festa de Agosto, exatamente inspirada na festa açoriana do Divino Espírito Santo, que o próprio Padre Mello tanto impulsionou, a todos pedindo que lhe dessem a devida continuidade para além da sua morte, como ainda sucede com vontade permanente e interesse crescente.
Na praça Governador Portela, que agora acolhe o Monumento à Imigração Açoriana no Vale do Itabapoana, há quatro bustos, todos eles com ligação aos Açores – um do açoriano Padre Mello e três de notáveis açordescendentes: os antigos governadores Roberto Silveira e Badger Silveira, dois irmãos que governaram o Estado do Rio de Janeiro em 1959-1961 e em 1963-1964, respetivamente, e o médico humanista José Vieira Seródio, de família proveniente da vila da Povoação, também na ilha açoriana de São Miguel, antepassado de outro médico, Nino Moreira Seródio, fundador e presidente da Casa dos Açores do Espírito Santo.
Inaugurada a 22 de julho de 2022 e sedeada no município de Apiacá, no Estado do Espírito Santo, esta que é a sétima Casa dos Açores no Brasil (depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Maranhão e antes de Minas Gerais), pela sua estratégica localização geográfica, representa, simbolicamente, todos os 18 municípios da bacia hidrográfica do Rio Itabapoana, como Bom Jesus, ainda que alguns deles se encontrem formalmente associados aos Estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No dia certo e no local adequado, Bom Jesus de Itabapoana passou assim a celebrar a nossa Açorianidade comum, graças, especialmente, à ação discreta, mas eficiente, do Dr. Nino Moreira Serôdio, seu ilustre residente.
Na sua pessoa, em nome da Direção Regional das Comunidades do Governo dos Açores, saúdo e felicito todos os açordescendentes do Vale do Itabapoana, na data inesquecível de 13 de agosto de 2025, em que se comemora, pela primeira vez, o Dia Municipal do Imigrante Açoriano, com a inauguração de um monumento que fica a honrar o nosso passado para o nosso futuro.
Vivam os Açores em todos os lugares!
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José Andrade, Diretor Regional das Comunidades do Governo da Região Autónoma dos Açores



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