Um lisboeta no Late Show da CBS, o tuga do Tonight Show e o Boston Red Sox aposta no português Isaiah Campbell

by | Jul 30, 2025 | Expressamendes

Polémico cancelamento do The Late Show da CBS

O Late Show with Stephen Colbert da CBS TV terá a sua última temporada até maio de 2026, anunciou o próprio apresentador Stephen Colbert dia 17 de julho para o público que enchia o Ed Sullivan Theater entre as ruas 53ª e 54ª da Broadway, em Manhattan, onde o programa é apresentado.

Colbert agradeceu pela década de programas que realizou e pela receção do público: “Quero dizer que o pessoal da CBS tem sido grande parceiro. Estou muito grato pela Tiffany Network (nome pelo qual também é conhecida a CBS), por me ter dado esta cadeira e este palco para chamar de ‘casa’. E, claro, estou agradecido a vocês, a audiência que se junta a nós todas as noites”.

Em comunicado, a CBS anunciou que iria acabar com o Late Show, alegando que o cancelamento se deveu a questões financeiras “num ambiente desafiador” no horário noturno que é dominado por programas de comédia satírica que misturam entretenimento com comentários políticos com o Jimmy Kimmel Live na ABC, Tonight Show Starring Jimmy Fallon e Late Night Show with Seth Myers na NBC e outros.

Com efeito, segundo o New York Times, a receita de anúncios para programas de late-night caiu para metade nos últimos sete anos. O programa de Colbert emprega 200 pessoas e a produção custa à CBS cerca de 100 milhões de dólares por ano.

Quanto a salários, Colbert começou por ganhar seis milhões de dólares e em 2019 renovou contrato por 15 milhões de dólares anuais, Jimmy Kimmel ganha outro tanto, Jimmy Fallon faz 16 milhões e Seth Meyers, talvez o melhor de todos eles, ganha apenas cinco milhões de dólares.

O Late Show da CBS estreou em 1993 com David Letterman como apresentador depois de ter passado pela NBC com o programa Tonight Show e que conduziu o programa 22 anos. Colbert assumiu a condução do programa em 2015 tornando-se Late Show with Stephen Colbert, transmitido às 23h35 de segunda a sexta e foi, por exemplo, líder de audiências no primeiro trimestre de 2025, com um share de 8,80, à frente de Jimmy Kimmel (6,60) e Jimmy Fallon (4,42).

Mas a era das grandes guerras de audiências dos late shows parece ter passado e a CBS alegou que o despedimento de Colbert é puramente uma questão financeira, embora o apresentador tenha chamado de “suborno” o pagamento de 16 milhões de dólares que a Paramount, proprietária da CBS, fez num acordo com Donald Trump para encerrar um processo judicial sobre uma entrevista com a candidata presidencial Kamala Harris no programa dominical 60 Minutes, cujo produtor, Bill Owens, se demitiu após 40 anos a trabalhar na empresa, dos quais 26 à frente do 60 Minutes.

A CBS descartou que o cancelamento do programa de Colbert tenha qualquer relação com “o desempenho do programa, o conteúdo ou outras questões que acontecem na Paramount”, mas nas redes sociais e na imprensa escrita já se levantam vozes de dúvida sobre se as reais razões terão motivação política.

Trump tem sido frequentemente alvo de críticas e sátiras no programa de Colbert e, como explicou o New York Times, “a Paramount está prestes a fechar uma fusão multibilionária com o estúdio de cinema Skydance, um acordo que requer a aprovação do governo Trump”.

Seja como for, Stephen Colbert já tem uma fortuna estimada em 75 milhões de dólares (segundo o Heliot Magazine), possui a sua própria empresa produtora (Spartina Productions) e uma produtora de shows (Busboy Productions), e não vai ficar muito tempo parado.

Conan O’Brien, que também apresentou The Tonight Show na NBC (2005-2010) e teve depois (2010-2021) um programa no canal de TV cabo TBS, lançou sábia e preventivamente um podcast de sucesso e tem também um programa na rádio Sirius XM (satélite e online). David Letterman também lançou um talk show na Netflix. E Jon Stewart tem o seu programa no canal Comedy Central.

Colbert pode não conseguir lugar num grande network, mas pode lançar o seu próprio talk show, seja um podcast ou no YouTube. Mais problemas terá a CBS, que se arrisca a perder os cerca de 2,5 milhões de fiéis espectadores de Colbert.

 

Louis Cato, um lisboeta no Late Show da CBS

Trabalham na produção do The Late Show with Stephen Colbert cerca de 200 pessoas e pelo menos uma delas nasceu em Portugal. Trata-se de Louis Cato, líder da banda do programa.

Cato nasceu a 3 de maio de 1985 em Lisboa, onde seu pai, militar do Exército dos Estados Unidos, estava na altura destacado. Mas a família deixou Portugal poucos meses após o nascimento de Cato e ele cresceu em Albemarle, na Carolina do Norte. A sua mãe era organista de igreja e Cato começou a tocar bateria aos dois anos. Frequentou o Berklee College of Music em Boston, Massachusetts, durante dois semestres, antes de sair em 2004. Cato é cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista que toca baixo, guitarra, percussão, metais graves e outros instrumentos. Fez um longo caminho acompanhando gente como Mariah Carey, Beyoncé, John Legend e Scary Pockets.

Quanto à carreira, Cato conheceu Marcus Miller numa “jam session” no North Sea Jazz Festival e fizeram digressões juntos durante vários anos. No início do Late Show de Stephen Colbert em 2015, Cato juntou-se à banda Stay Human e serviu como líder interino da banda sempre que o líder original, Jon Batiste, não estava disponível.

Batiste deixou o programa de Colbert a 12 de agosto de 2022 e Cato foi nomeado novo líder da banda, renomeada Late Show Band.

Colbert descreveu Cato como um génio musical, dizendo “dêem-lhe uma calçadeira de sapato e ele aprenderá a tocar Mozart”.

Além do lisboeta Cato, a banda do Late Show tem uma brasileira, Nêgah Santos, de São Paulo, percusionista e compositora que já ganhou um Emmy.

Mas quanto a Cato, em 2019, fez uma digressão pela Irlanda como baterista com Paul Brady e no ano seguinte formou um supergrupo de jazz com Michael League e Justin Stanton dos Snarky Puppy, a fadista Gisela João e Becca Stevens, gravando o álbum Mirrors, em 2020.

Consta que Gisela e Justin Stanton estão perdidos de amores um pelo outro e ele também por Portugal, além disso é possível que voltem ambos a colaborar com Cato, que agora vai ficar desempregado.

 

Joseph Medeiros, o tuga do Tonigh Show

Não faltam Joseph Medeiros nos EUA, uns mais anónimos que outros. Há um Joseph Medeiros compositor musical, um Joseph Medeiros treinador de beisebol, um Joseph Medeiros professor universitário e um Joseph Medeiros ator. Mas o mais famoso parece ser o Joseph Medeiros que foi editor-chefe do Tonight Show with Jay Leno e que hoje é um conceituado escritor e cineasta realizador de documentários.

O Joseph Medeiros cineasta, que prefere ser chamado Joe Medeiros, descende de açorianos, os seus avós paternos imigraram em 1872 para o Hawaii. O pai, depois de ter servido na Marinha dos EUA, casou em Philadelphia com uma italiana e foi nesta cidade que Joe nasceu e viria a casar, há 40 anos, com Justine Mestichelli Medeiros, produtora de cinema e também de origem italiana.

Joe formou-se na Temple University e começou a sua carreira como copywriter publicitário. Gostava de escrever humor e trabalhou uns tempos escrevendo piadas para o célebre comediante Bob Hope.

Em 1988, Medeiros começou a escrever para Jay Leno e permaneceu com Leno durante 22 anos, 17 dos quais liderando a equipa de 17 humoristas responsáveis pelas piadas do Tonight Show apresentado por Leno.

Joe escreve também poesia e já tem dois livros publicados. Humor, tem, publicado na Humor Outcasts, UP Magazine, Onethebus e Exquisite Corpse, e nos livros de Jay Leno e Steve Schirripa, da série Os Sopranos.

Com Leno, em dezembro de 2001, Medeiros fez espetáculos para as tropas norte-americanas no Bahrein no Natal. Ele e o comediante Tom Green também apresentaram o especial anual de Ano Novo ao vivo na Times Square, em New York e viajou para todos os estados. Mas agora, reformado do mundo do espetáculo, Medeiros toca guitarra (é grande fã de Django Reinhardt) e, quando não está a tocar, a passear o cão ou a ver os Phillies, escreve humor e pensa no seu próximo documentário.

Joe converteu-se em argumentista/realizador e já fez três documentários: The Missing Piece: Mona Lisa, Her Thief, the True Story (2012), The Tonight Show with Jay Leno (1992) e Hungry (2007), de Steve Schirripa.

Mona Lisa is Missing é um sucesso premiado em festivais de cinema na América do Norte, Europa e Médio Oriente.

O documentário de 56 minutos na versão feita para a TV, conta a história do roubo do quadro da Mona Lisa do Museu do Louvre pelo imigrante italiano Vincenzo Peruggia, que trabalhava no museu como pintor de paredes.

O filme detalha a história de como Peruggia conseguiu roubar durante o dia o quadro mais famoso do mundo no que é talvez o museu mais vigiado do mundo.

Vincenzo Peruggia, surpreendentemente, entrou no Louvre no dia 21 de agosto de 1911 e saiu com Mona Lisa, a obra-prima de Leonardo da Vinci, pintada em 1503.

Era segunda-feira, o Louvre estava fechado e uns quantos funcionários faziam trabalhos de manutenção, entre eles Peruggia. Sem testemunhas por perto, o italiano retirou a tela da moldura e deixou o museu sem chamar a atenção. O roubo só foi descoberto no dia seguinte pois os funcionários pensaram que a pintura havia sido removida para ser fotografada.

A polícia iniciou uma investigação, que incluiu a detenção e interrogatório de pintores como Pablo Picasso e Guillaume Apollinaire, considerados suspeitos.

O museu permaneceu fechado uma semana e o caso despoletou uma crise governamental.

Peruggia escondeu a pintura no seu apartamento em Paris por dois anos e só foi descoberto em 1913, quando tentou vender o quadro a um antiquário florentino chamado Alfredo Geri, que o denunciou à polícia de Florença.

Peruggia foi detido e confessou o crime alegando que roubara a Mona Lisa por patriotismo, acreditando que a pintura deveria pertencer à Itália. Foi condenado a um ano e 15 dias de prisão pelo roubo.

A Mona Lisa foi devolvida ao Louvre e reexposta em 4 de janeiro de 1914. O roubo catapultou Mona Lisa para a fama mundial, tornando-a uma das obras de arte mais conhecidas e visitadas do mundo, e também uma das mais vigiadas.Desde então, Mona Lisa sorri para os visitantes do Louvre através de uma proteção especial.

 

Boston Red Sox aposta no português Isaiah Campbell

Isaiah Campbell é o português do Boston Red Sox. É cidadão norte-americano, mas nasceu em Portugal, a 15 de agosto de 1997 (27 anos), em Angra do Heroísmo, Açores.

Isaiah Lyn Campbell é um lançador profissional de basebol norte-americano, presentemente ao serviço dos Boston Red Sox da Major League Baseball. Já jogou na MLB pelo Seattle Mariners. Campbell foi selecionado pelos Mariners na segunda ronda do draft da MLB de 2019.

Os Red Sox apostaram em Campbell e dispensaram Richard Fitts, mas muitos adeptos esperam que o tiro não saia pela culatra. Campbell tem um número horrível no seu cartão de basebol da sua passagem por Boston em 2024: um ERA de 16,20.

Campbell fez a sua estreia na MLB em 2023 pelos Mariners e foi muito melhor, com uma ERA de 2,83 em 27 jogos. Mas teve uma temporada terrível pelos Red Sox na época passada, devido às lesões.

O desempenho de Campbell no Triple-A Worcester esta temporada tem sido encorajador. Tem um ERA de 3,89 em 30 aparições, eliminando 33 batedores em 39,1 entradas lançadas. Boston espera que a recuperação de Campbell continue.

 

 

 

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