Foxy Lady era uma discoteca de striptease na Popes Island, em New Bedford. Dia 12 de dezembro de 2006, por volta das 2h30 da madrugada, pouco depois do estabelecimento ter fechado, um homem vestindo um uniforme preto da SWAT, colete à prova de bala, máscara de esqui preta e empunhando uma carabina de assalto M-16, entrou no Foxy Lady e começou a disparar atingindo mortalmente Tory Marandos, 30 anos, de Nashua, que geria a discoteca e era sobrinho do dono, Tom Tsoumas, e um segurança, Bobby Carreiro, 33 anos, de New Bedford.
O atirador, Scott C. Medeiros, 35 anos, residente em 176 Middleboro Road, Freetown, era conhecido da casa e, além de cliente, tinha instalado recentemente o sistema de segurança.
Medeiros abriu fogo ainda da rua, atingindo Tory Marandos, que tinha acabado de telefonar para a polícia. Poppy Pierce tentou ajudar Tory e as suas últimas palavras foram: “Diz à minha mãe que a amo”.
Dias antes, Tory tinha proibido Medeiros de frequentar o Foxy Lady devido às tensões entre ele e Bobby Carreiro por causa da bartender Jaime Tavares.
Jaime Tavares tivera um longo relacionamento com Carreiro e tinha um filho dele, de quatro anos. Depois de Carreiro, Jaime teve um romance com Medeiros, mas as coisas também não correram bem e Tory proibira Medeiros de frequentar o Foxy Lady.
Duas semanas antes do tiroteio, os dois homens tiveram uma discussão à porta do Foxy Lady e Medeiros ameaçara: “Voltarei por ti e todos os outros”.
Carreiro foi o segundo a ser morto com uma rajada que atingiu também, nas duas pernas, o último cliente do clube, Gleen Gonçalves, 42 anos, de New Bedford.
O taxista Nick Santiago estava à porta do Foxy Lady e viu duas mulheres a puxar um homem ensanguentado para fora da discoteca, mas o atirador gritou-lhe para sair dali antes que levasse um tiro.
Santiago arrancou, a polícia estava a chegar, as duas mulheres correram para o seu táxi e Gleen Gonçalves acabaria por ser conduzido pelo capitão da polícia Richard Spirlet para o Hospital St. Luke.
Os primeiros polícias a chegarem ao Foxy Lady, Joshua Fernandes, 27 anos, e Steven Wadman, 28, foram recebidos a tiro por Medeiros. Fernandes foi atingido por estilhaços na face e num olho, e Wadman foi ferido nos dois braços e nas ancas. Fernandes conduziu ambos para o hospital.
Durante cerca de dez minutos, Medeiros trocou tiros com os polícias que foram chegando. Várias viaturas que estavam estacionadas na rua ficaram crivadas de balas.
Durante o tiroteio, Medeiros enviou mensagens de texto a amigos e familiares e as mensagens curtas indicavam que tinha chegado a uma “encruzilhada” e eram basicamente as suas despedidas finais.
Depois da troca de tiros com a polícia, Medeiros voltou para a discoteca. Num camarim deu com quatro pessoas escondidas, uma delas o cozinheiro Danny Ferreira, e, levantando a máscara, disse que era polícia e que elas podiam sair.
Medeiros dirigiu-se então para o palco e telefonou para a polícia e teve uma conversa confusa com o telefonista, que por fim ouviu um estrondo que lhe pareceu ser um tiro. Medeiros encostou o cano da carabina ao queixo e suicidou-se.
Na sua casa, em Freetown, a polícia encontrou um bilhete em que Medeiros expressa arrependimento, pede aos pais para pedirem desculpa e que tomem conta da ex-namorada, Jaime Tavares.
O bilhete não menciona diretamente qualquer violência planeada, mas Medeiros tinha claramente algo em mente e, quaisquer que tenham sido as suas motivações, os seus últimos momentos foram passados num acesso de raiva.



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