E para começar os parabéns à comissão responsável pela 39.ª edição das Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra, presidida por Márcia Sousa, a primeira mulher  a assumir tal cargo.

As Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra atingiram um patamar de grandiosidade mais exigente sob o ponto de vista de sustentabilidade nos tempos não menos exigentes que se atravessam. Mas também é notório o grau de inteligência já por mais do que uma vez posto à prova nas mais diversas e complicadas situações da vida profissional da presidente Márcia Sousa.

Tem superado grandes obstáculos e não foi em vão que transcrevemos quando alguém o disse: “Só o ourives está à altura de descrever as qualidades de Márcia Sousa, habituado que está a analisar as qualidades das pedras preciosas”.

E são estas as qualidades que vão por certo determinar quais as arestas a limar no prosseguimento da Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra.

Sabemos que os tempos são diferentes, quando o conterrâneo e saudoso Heitor Sousa arriscou a primeira edição das Grandes Festas em Fall River.

Pode-se ler na ACTA N.º 1 –

Aos oito dias do mês de Março do ano de mil novecentos e oitenta e seis (1986), nos escritórios do Comercial dos Açores, sito no 1531 Pleasant Street, cidade de Fall River, Estado de Massachusetts reuniram-se abaixo mencionadas, a fim de deliberarem àcerca da realização das Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra a realizar anualmente em Fall River e idênticas às realizadas em Ponta Delgada, ilha de São Miguel”.

Presentes, entre mais oito elementos, José R. Costa, que, com a sua simplicidade, acabaria por ser o primeiro presidente.

Num desenrolar magnífico e frutífero, surge no historal das Grandes Festas o saudoso Joe Silva, que por coincidência era, tal como Heitor Sousa, natural de Rabo de Peixe. Mas as coincidências vão mais longe. Quando Joe Silva convida para vice-presidente, Márcia Sousa, que se vê obrigada a resignar ao ser nomeada, vice-cônsul de Portugal em Providence.  Mas Joe Silva não desiste e volta a colocar a conterrânea rodeada de fortes indícios de grandes resoluções no trajeto administrativo das Grandes Festas. E como tal surge na vice-presidência de Herberto Silva e a consequente e atual presidência, que agora surge com grandes desafios.

Estávamos no Kennedy Park quando destemidos elementos administrativos erguiam o Arco de Identificação. Uma herança de Joe Silva. Note-se que com mais elementos da direção, ele próprio erguia anualmente, com a ajuda de um guindaste.

“Vamos pela última vez erguer este arco em homenagem a Joe Silva”, dizia Márcia Sousa. “Significando que o arco vai ser reconstruído em material mais leve e de maior facilidade de movimentação”.

E como esta, outras alterações terão de ser efetuadas de forma a moldar as Grandes Festas aos tempos atuais.

Dizia Luís Garcia, presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores e convidado de Honra às Grandes Festas deste ano: “Vamos celebrar 50 anos de Autonomia. Vós aqui ides celebrar 40 anos de Grandes Festas. Que bom seria que todos vós aqui radicados tivessem um representante na Assembleia Legislativa nos Açores”.

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. E esta mudança traduz-se no aparecimento, o caso específico, da presidente atual, Márcia Sousa, dotada de formação académica, mas sabedora da necessidade de usar os diplomas no momento oportuno deixando todo o resto do tempo na gaveta. E como tal ei-la junto da confeção das sopas, das malassadas, das bifanas, na preparação do cortejo etnográfico do bodo de leite. Na preparação da missa e procissão de coroação. A mostrar que sabemos fazer um pouco de tudo.

E que é esse TUDO que faz as Grandes Festas.