Marcos Portugal, genial criador de óperas em Itália

by | Sep 17, 2025 | À Descoberta, Perfis

“Sempre me pareceu espantoso que uma grande parte da obra operática de Marcos Portugal, uma estrela na Europa do seu tempo, esteja ainda por descobrir”, dizia há dias, numa entrevista, o maestro Pedro Amaral, o novo diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos. De facto, Marcos Portugal, nascido em Lisboa em 1762, compositor desde os 14 anos e considerado um génio musical, passou uma temporada em Itália, onde se destacou como autor de óperas de sucesso.

Nos oito anos em que viveu e estudou em Nápoles, graças a uma bolsa do governo de D. Maria I, compôs mais de 20 óperas, muito aclamadas. ‘Il Demofoonte’  estreou-se em 1794 no La Scala de Milão. E só no ano de 1796 o português viu quatro das suas criações serem representadas em teatros um pouco por toda a Itália, de Nápoles a Veneza, passando por Florença e Milão.

Regressado a Lisboa em 1800, assumiu funções de maestro do São Carlos. E continuou a compor. Apesar de a maior parte das suas óperas terem sido compostas para serem cantadas em italiano, também deixou peças em português

Com a partida do príncipe regente D. João, futuro D. João VI, para o Brasil, em 1807, Marcos Portugal vê Lisboa ser ocupada pelos franceses, e o general Jean-Andoche Junot, conhecedor da obra do português, assiste a uma apresentação de ‘Il Demofoonte’.

Chamado em 1810 ao Brasil, onde está a Corte portuguesa, Marcos Portugal fixa-se no Rio de Janeiro e dedica-se sobretudo à composição de música sacra, tão do agrado de D. João VI. É também professor de música do príncipe D. Pedro, que mais tarde será o imperador D. Pedro I do Brasil e o rei D. Pedro IV de Portugal.

Muito debilitado em termos de saúde, o compositor não acompanha D. João VI no regresso da Corte a Lisboa em 1821. Morre no Rio de Janeiro em 1830.

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