Marcelo devia visitar o Hawaii
Marcelo Rebelo de Sousa chegou sábado, 20 de setembro, a New York, para a sua última participação como presidente da República de Portugal na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas e interveio terça-feira, 23 de setembro, no debate anual entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da organização, onde também participou em 2016, 2018, 2019, 2021 e 2023.
Domingo, o presidente ofereceu num hotel novaiorquino uma receção à comunidade portuguesa em New York e funcionários portugueses da ONU e, por falar nisso, permito-me lembrar que prometeu visitar a comunidade portuguesa do Hawaii e, uma vez que está a menos de seis meses do fim do segundo mandato presidencial, talvez seja oportuno pensar nisso.
Marcelo, que tomou posse para o primeiro mandato em 2016 e foi reeleito em 2021, realizou até ao momento 147 viagens presidenciais internacionais a 58 diferentes nações.
Os países que mais visitou foram Espanha, onde foi 19 vezes, França, onde esteve 15 vezes, e Estados Unidos, onde veio onze vezes, oito das quais à sede das Nações Unidas, em New York, e é possível que volte uma vez mais se porventura cumprir a promessa de visitar o Hawaii.
Durante a visita que fez em setembro de 2022 à Califórnia, Marcelo Rebelo de Sousa avistou-se, em San Jose, com o cônsul honorário de Portugal em Honolulu, Tyler dos Santos-Tam, que o convidou a visitar a comunidade de origem portuguesa e lhe ofereceu um ukulele, instrumento de cordas descendente do cavaquinho português.
Na altura, Marcelo manifestou a intenção de visitar os luso-havaianos, embora assumindo a dificuldade em explicar a visita a quem vive em Portugal.
“Agora o presidente vai para o Hawaii, ele faz ‘surf’, ele gosta do mar, já percebemos”, disse Marcelo provocando risos às centenas de pessoas no salão da Irmandade do Espírito Santo de San Jose. “E vá lá explicar-se que no Hawaii há uma comunidade que é antiquíssima, das mais antigas e das mais resistentes que vive lá isolada, ainda mais no fim do mundo. É difícil. Eu começo hoje a explicar, para poder ir ao Hawaii”.
“Portanto, vou ter de esperar que a situação económica no mundo e na Europa melhore um bocadinho”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa. “O que é facto é o seguinte: não só tenciono ir ao Hawaii como, sobretudo, tenciono voltar cá mais vezes”, afirmou, recebendo palmas.
“Os emigrantes da Madeira trouxeram este instrumento e agora todo o mundo sabe, todo o mundo conhece este instrumento, é impressionante”, salientou por sua vez, referindo-se ao ukulele, o cônsul Tyler dos Santos-Tam, bisneto de um madeirense que foi para o Hawaii em 1899, salientando que vivem neste arquipélago “cem mil descendentes de portugueses, em todas as ilhas”, com “orgulho de serem portugueses”.
“A nossa comunidade no Hawaii é bem forte, nós somos bem ativos, queremos mostrar a portugalidade que ainda está viva no Hawaii. E acho que é importante que o presidente da República possa ver a nossa comunidade, possa ver as festas, possa ver todas as coisas que nós fazemos”, acrescentou.
Tyler dos Santos-Tam prometeu que “a comunidade vai ficar muito feliz” se o presidente da República for ao Hawaii: “Vamos fazer uma festa grande, vamos fazer tudo”.
Por tudo isto Marcelo Rebelo de Sousa devia visitar os luso-havaianos, agradecer-lhes a portugalidade que ainda manifestam, não só tocando o braguinha levado pelos madeirenses e que converteram no ukulele, mas até nos hábitos alimentares.
Para qualquer português que visite as ilhas do Hawaii é uma surpresa o facto de, ao pequeno-almoço, nos McDonald, a linguiça portuguesa ter destronado o bacon. Qualquer restaurante serve sopa portuguesa de feijão com couves e nos supermercados encontra-se a açoriana massa sovada convertida em “portuguese sweet bread”.
Mas a grande surpresa é a enorme popularidade das filhós ou malassadas, e a Terça-feira Gorda, o último dia antes do início da Quaresma, é Malassada Day no arquipélago. O Hawaii é o único lugar do mundo onde as malassadas têm direito a feriado.
O dinheiro continua muito para poucos e pouco para muitos
A revista Forbes divulgou dia 9 de setembro a sua lista anual dos 400 norte-americanos mais ricos em 2025 e da qual, infelizmente, não constam os nomes do prezado leitor e deste seu criado. Pelo quarto ano consecutivo, a pessoa mais rica dos Estados Unidos é um emigrante, o sul-africano Elon Musk, CEO da Tesla, empresa fabricante de veículos elétricos e painéis solares, cuja fortuna ultrapassa nesta altura 471 mil milhões de dólares, tendo adicionado em 2024 mais 184 mil milhões de dólares ao seu (dele) pé de meia.
Mesmo com devaneios políticos, fazendo campanha por Donald Trump, chefiando o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) e ameaçando lançar o seu próprio partido político (a que deu o nome de Partido da América), Musk teve um 2024 em grande.
Apesar da queda de 13% na venda de veículos no primeiro semestre de 2025, as ações da Tesla subiram 56% e os outros negócios de Musk também prosperaram: a SpaceX, empresa aeroespacial que fabrica foguetes e naves espaciais, vale agora 400 mil milhões de dólares, acima dos 210 mil milhões que valia há um ano; a X Corp, anteriormente conhecida como Twitter, plataforma de redes sociais adquirida por Musk em 2022, vale 33 mil milhões de dólares, dois mil milhões de dólares a mais do que ele pagou por ela.
Elon Musk fundou também a Boring Company, empresa criada para aliviar o tráfico urbano através da construção de sistemas de túneis e que já arrecadou mais de 900 milhões de dólares no seu único projeto concluído, o túnel hyperloop em Las Vegas.
Possui também a Neuralink, que desenvolve interfaces cérebro-computador para ligar o cérebro humano aos computadores e avaliada pelos capitalistas em 9,6 mil milhões de dólares embora ainda não tenha começado a comercializar o seu produto.
E a nova distração de Musk é a xAI Holdings, a empresa de inteligência artificial aplicada à engenharia financeira e que ele diz valer 80 mil milhões de dólares.
Segundo a Forbes, Musk tem mais 150 mil milhões de dólares do que o segundo classificado da lista, Larry Ellison, fundador da empresa tecnológica Oracle, cuja fortuna é estimada em 276 mil milhões de dólares, e o terceiro é Mark Zuckerberg, fundador da Meta/Facebook, com 253 mil milhões de dólares.
Em quarto surge Jeff Bezos (Amazon), 241 mil milhões; seguido de Carry Page (Google), 176 mil milhões, e de Sergey Brin (Google), 166 mil milhões.
A Forbes realça que, em 2024, as 400 criaturas mais endinheiradas dos Estados Unidos ganharam 365 biliões de dólares, aumento que equivale a um bilião de dólares por dia.
Infelizmente, nos Estados Unidos como em todo o mundo, o dinheiro continua sendo muito para poucos e pouco para muitos.
Os muito ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Um trabalhador médio americano ganha 50 mil dólares por ano e, tratando-se de imigrantes, a maioria nem sequer isso faz.
Mourinho volta ao Benfica
Um quarto de século depois, aos 62 anos, grisalho e já não tão Special One, José Mourinho volta a treinar o Benfica com contrato até 2027. Sucede a Bruno Lage, demitido após o fiasco da derrota em casa (3-2) em jogo da Liga dos Campeões frente ao modesto Qarabag, do Azerbeijão, depois de ter estado a ganhar 2-0.
Segundo foi divulgado pela imprensa desportiva portuguesa, Bruno Lage facilitou a saída e prescindiu de 80% dos pagamentos a que tinha direito, recebe apenas o salário de setembro e o prémio pela qualificação europeia, abrindo mão da indemnização correspondente ao remanescente do contrato assinado com o Benfica.
Para Mourinho, Bruno Lage foi possivelmente um parvo, é que ele é precisamente o treinador de futebol que mais dinheiro tem recebido em indemnizações milionárias por ter sido demitido.
O recente despedimento Fenerbahçe, em 29 de agosto, valeu-lhe 17,5 milhões de dólares de indemnização.
No Chelsea, Mourinho foi demitido duas vezes, da primeira a equipa londrina pagou-lhe 24,5 milhões de dólares de indemnização e da segunda outros 11,2 milhões. No Real Madrid, Mourinho foi despedido em 2013 e recebeu 23 milhões de dólares e do Manchester United saiu em 2018 com indemnização de 20,3 milhões de dólares. Em 2021, a demissão do Tottenham valeu-lhe 20,3 milhões de dólares e a saída da Roma, de Itália, em 2024, rendeu-lhe 4,1 milhões. Somando todas as sete indemnizações, José Mourinho ganhou mais de 120 milhões de dólares de clubes que se queriam ver livres dele.



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