Banda filarmónica do Clube Juventude Lusitana celebrou 99 anos

by | Oct 29, 2025 | Eventos Comunitários

Os 100 anos podem ser comemorados com mais uma digressão a Portugal. A Banda Filarmónica do Clube Juventude, Cumberland, RI, fez-se ouvir no passado sábado, 25 outubro, pelas 6:00 da tarde no salão da coletividade num concerto sob a regência do maestro Jaime Rodrigues.

Celebravam-se 99 anos de um historial musical que se passeia pelas cerimónias dos fins de curso na famosa Brown University. Um historial musical que atraiu o professor de música daquela universidade, Matthew McGarret, para integrar a banda onde ainda hoje se encontra.

“Já sou dos mais antigos executantes da banda. Adoro fazer parte deste agrupamento musical. Acompanhei as digressões a Portugal, gostei tanto de Portugal que ali comprei um apartamento”, disse ao PT Matthew McGarrett, professor de música da Brown University, hoje na situação de reforma.

As festividades começaram com um concerto sob a regência de Jaime Rodrigues, uma nova geração de maestros que teve início em 1926 com António Lança. Seguiram-se Américo Costa, Raúl Coelho, Adolfo Cardoso João Soares e Gary Sebastião.

E para completar a festa sobe ao palco Martinho, que além do mais foi um dos elementos da filarmónica que conseguiu trazer João Soares para maestro, quando esta filarmónica atravessava tempos difíceis.

Nos seus quase 100 anos de existência, a banda filarmónica do Clube Juventude Lusitana, graças a uma direção presidida nos últimos anos por Ângelo Correia, que nos 100 anos da banda completa 30 anos de presidência, tem sido um dos exemplos para o então tesoureiro de estado Paul Tavares, quando diz “já não há filarmónicas, italianas, irlandesas… Já só há FILARMONICAS PORTUGUESAS”.

Não se pode esquecer uma referência a José Martins, que divide a sua atividade entre a igreja de Nossa Senhora de Fátima e a filarmónica, e esta na componente administrativa.

Há ainda Manuel Costa, que estava nas Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra em Fall River à frente da banda e dos Cavaquinhos. Instrumentista, diretor, e leva consigo os quatro filhos (todos músicos) e mulher, porta bandeira.

A filarmónica tem no seu palmarés 5 digressões a Portugal e possibilidades de uma 6.ª nas celebrações dos 100 anos.

Nunca é demais realçar o facto de numa dessas digressões a filarmónica se ter feito acompanhar por Daniel McKee, então mayor de Cumberland, hoje governador de Rhode Island.

Jaime Rodrigues, professor de música no sistema de ensino americano, pegou na batuta e com mestria habitual e regeu o  concerto comemorativo dos 99 anos da Banda Filarmónica do Clube Juventude Lusitana.

A Banda Filarmónica do Clube Juventude Lusitana vai fazer história em 2026 ao virar 100 anos de existência. Para celebrar a efeméride está a planear mais uma digressão a Portugal. Convém recordar que no ano de 1993 a banda foi recebida no decorrer de uma digressão a Portugal no Palácio de Belém pelo então presidente Mário Soares. Portuguese Times acompanhou a digressão.

Esta digressão abriu o apetite, pois a banda regressou a Portugal em 2005, 2009, 2013, 2018.

Não será demais referir que estes passeios despertam o entusiasmo dos jovens, que vivem experiências únicas e como tal é um incentivo ao contributo dado à banda no sentido de a manter em atividade.

Ângelo Correia é o presidente da banda cujo entusiasmo tem sido um grande contributo para o manter daquele agrupamento a abrilhantar festas e romarias, parada do Dia de Portugal festas de São João. Com ele estão Maria Sebastião, José Martins, Sabrina Boulay.

Entre os executantes lá vão estar fazendo história o casal Manuel e Maria Costa e os filhos Daniel da Costa, Chris da Costa, Nicholas da Costa e Eric da Costa. Manuel é do Faial e a Maria de Penalva do Castelo, sem esquecer Manuel Sebastião nos seus bonitos 80 anos e o filho Gary Sebastião. Aqui o Manuel é de Penalva do Castelo.

“Vamos estudar o melhor programa para as celebrações dos 100 anos. Gostaria de concretizar mais uma digressão a Portugal. Não podemos esquecer as memoráveis visitas ao Palácio de Belém onde fomos recebidos pelo Presidente de Portugal Mário Soares. A grande digressão foi acompanhada pelo atual governador de RI, Dan McKee, ambas com paragem e estadia em Penalva do Castelo”, dizia-nos o presidente Correia, que é histórico na vida da banda. “Vamos ver como tudo se vai desenrolar durante o ano. Vamos ver como vai ser a aceitação do lado de lá. Se tivermos a mesma aceitação dos anos anteriores será meio caminho andado, disse por sua vez Manuel Costa.

 

Clube Juventude Lusitana: um viveiro de artistas mantendo uma glória centenária

O salão do Clube Juventude Lusitana em Cumberland, RI, reuniu mais de 400 pessoas no passado sábado, 25 de outubro, para festejar os 99 anos da Banda Filarmónica mais antiga, ativa, em RI. Uma banda que desde a fundação se tem servido das instalações do Clube Juventude Lusitana nos seus 104 anos de existência.  A banda filarmónica do CJL foi a terceira componente a surgir junto da “catedral erguida em nome de Portugal” no ano de 1926.

A secção desportiva foi a primeira componente surgida em 1922. Seguiu-se a secção das Senhoras Auxiliares em 1923.

E a terceira seria a banda filarmónica em 1926.

Foram 99 anos a celebrar no passado sábado com concerto no salão nobre do Clube Juventude Lusitana.

E já agora podemos acrescentar que a quarta componente foi a escola portuguesa fundada em 1929. A “menina dos olhos” do saudoso professor Amadeu Casanova Fernandes, que, visionando o futuro teve o bom senso de imortalizar a histórica visita do então Presidente da República de Portugal, Mário Soares, aquela escola, em placa de mármore na entrada da escola. E que ficando ao lado direito na escadaria de acesso ao salão do clube dá uma visibilidade a milhares de pessoas que ali se deslocam para a celebração dos mais diversos acontecimentos.

Ainda falta uma placa semelhante que ateste os 100 anos do Clube Juventude Lusitana.

Quando o saudoso professor Amadeu Casanova Fernandes intitulou o Clube Juventude Lusitana como a “catedral erguida em nome de Portugal”, visionou o passado e deslumbrou o futuro baseado nos artistas que iam surgindo nas mais diversas atividades.

Num dos livros que escreveu no ano de 2009 referia-se a família de Manuel Costa como exemplo junto do Clube Juventude Lusitana, que passados 16 anos continua a ser um dos pilares de sustento da banda: pai, filhos e mãe.

Manuel Costa, natural da Candelária, ilha do Pico, o homem do bombo é disto um exemplo real e bem atual. Conhecedor de música, não só tem utilizado este talento, na constituição de ranchos de Natal, no conjunto Speed Limit e na banda do Clube Juventude Lusitana, que tem acompanhado nas históricas digressões a Portugal.

Costa deixou o Pico e veio para os EUA em janeiro de 1979. Radicou-se em East Providence, onde residiu de 1979 a 1987. Casou com Maria Quadros da Costa e mudou-se para Cumberland. Integrou o popular e reconhecido conjunto Os Sombras, entre 1979 e 1993. Sobreviveram ao conjunto Manuel da Costa e Martinho Batista que formam o conjunto Speed Limit onde Martinho continua a ser o vocalista. Na capa de um disco que fomos encontrar nos arquivos, sem data, tem as fotos de Martinho Batista, vocalista, Penalva do Castelo; José da Rosa, viola baixo e voz, natural do Faial, Açores; Manuel Luís, saxofone, natural de Cantanhede; Isidro Bento, bateria, natural de Torres Vedras; Vasco Lopes, guitarra solo e vocal, natural de Torres Vedras; Abel Costa, guitarra ritmo, natural do Porto.

Entre os anos de 1997 e 1998 Manuel Costa entra para a banda do Clube Juventude Lusitana. E fá-lo com tal entusiasmo que passados 35 anos continua a fazer parte do grupo dos executantes de uma das mais conceituadas bandas de música nos EUA.

Mas a sua ação é ainda mais relevante ao conseguir contaminar com o vírus da música os seus quatro filhos que ali continuam a pôr à prova os seus conhecimentos musicais. E com o pai Manuel Costa, bombo, estão Daniel da Costa, saxofone, tenor Nicholas da Costa, Clarinete; Eric da Costa, tuba; Christopher da Costa, trompete e para completar a mãe, Maria da Costa, porta bandeira.

Como se depreende uma vida à música dedicada, mas numa banda com um relevante palmarés de 99 anos de vida e que orgulhosamente guarda no seu historial a histórica atuação no Palácio de Belém em Lisboa a quando da presidência de Mário Soares.

O regente era João Soares que foi uma tábua de salvação da banda no ano de 1982. “Se não assumir a regência da banda, fechamos as portas.

Temos apenas 15 músicos e ninguém sabe ensiná-los, Vá lá, faça-nos esse favor, pelo menos até ver se se arranja um maestro para o substituir”, sublinhava o professor Casanova Fernandes”. Aceitei por dois anos. Os anos foram passando e de 15 músicos passaram a 45 executantes”.

Desse grupo que “salvou” a banda constituído por professor Casanova Fernandes. Martinho Baptista, já só este último que se encontra entre nós para testemunhar como tudo aconteceu.

Manuel Costa passa a fazer parte deste historial desde 1997 e consegue trazer consigo os 4 filhos, todos executantes da banda, com o filho Christopher da Costa a pertencer aos corpos diretivos do CJL, presididos por João Marques,  reunindo todas as qualidades para um futuro presidente. Metódico, visão administrativa, educado no trato com as pessoas, formação académica, falante das duas línguas. Uma nova geração de presidentes, iniciada por João Marques.

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