Se institucionalmente o processo foi concretizado socialmente foi renovado com o convívio anual.

 Culturamente tomou foro de uma maior projeção quando no ano de 2019 um grupo de ribeiragrandenses juntaram-se e foram até às origens tomar parte no desfile de agrupamentos comemorativos  do tradicional Cantar às Estrelas no mês de fevereiro de 2019, que recordamos.

“Esta ideia já há muito bailava na mente dos ribeiragrandenses. No entanto pelos mais diversos motivos nunca se conseguiu número de pessoas suficientes. 

Com a eleição de Irene Alves surge um desafio pela parte do presidente da câmara da Ribeira Grande.

Como tal, Irene Alves dá início a um contacto com os seus amigos pessoais da área de Bristol. No desenrolar dos contactos chegou-se à conclusão de que havia entusiasmo. 

Com o andar dos tempos mostraram interesse em fazer a letra na Ribeira Grande. Mas já que nos estamos a organizar, a prata da casa também podia assumir tal responsabilidade. Foi a primeira Senhora que eu vi na minha vida. Tive de pensar o que é que iria dizer à Senhora da Estrela. Falar com o coração e o resto foi saindo aos poucos. O poema só foi apresentado quando foram ensaiar. Todos gostaram. Recebi os mais vivos elogios pela letra”, disse Alfredo da Ponte.

Irene Alves, presidente dos Amigos da Ribeira Grande que integrou o grupo diz-nos como tudo começou:

“A ideia de estar presente na tradição do Cantar às Estrelas na Ribeira Grande, já não era nada de novo. Nos moldes atuais, ultrapassaram 25 anos em 2019. Em anos passados, falou-se nas possibilidades de ir tomar parte no reviver da tradição, mas nunca passou de palavras.

No passado 2018, eu e o meu marido resolvemos ir reviver a tradição do Cantar às Estrelas. O presidente da câmara municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, lançou-nos o desafio de organizarmos um grupo, para estarmos presentes no desfile anual do Cantar às Estrelas.

Apresentamos a ideia aos corpos diretivos do grupo Amigos da Ribeira Grande da Nova Inglaterra, de que era presidente. Previamos um grupo de dez a doze pessoas, acabamos por ser vinte e duas  a caminho da tradição do Cantar às Estrelas na Ribeira Grande.

O presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande, José António Garcia, compôs a música e Alfredo da Ponte, que presidiu ao convívio no ano anterior escreveu os versos.

Tivemos o apoio da Banda Triunfo da Ribeira Grande que nos acampanhou na histórica digressão, que sem ela não nos teriamos saído tão bem”, sublinhou Irene Alves

Joe Paiva empresário em East Providence foi um dos elementos nesta aventura. 

“Foi a primeira vez que tomei parte no reviver daquela tradição e que me deixou maravilhado. É bonito o desfile. É bonito o entusiasmo de toda aquela gente que assiste ao desfile. É bonito a visita à igreja Matriz cuja padroeira é Nossa Senhora da Estrela.

E para completar toda esta vivência as condições atmosféricas estiveram maravilhosas. Consideradas frias para os residentes, boas para nós, que iamos de temperaturas no zero e mesmo abaixo de zero. Eu dizia. Isto é a Primavera que nós não temos nos Estados Unidos. A ilha estava verdinha que consolava ver. Foi uma experiência inesquecível”, disse Joe Paiva.

São estes exemplos de aproximação às origens as melhores formas de explicar o resultado das geminações. Neste caso específico da Ribeira Grande e East Providence, onde o Cantar às Estrelas despertou entusiasmo em terras americanas ao ponto de reunir vinte e dois  casais que foram reviver a tradição nas origens.