Comunidade cabo-verdiana da Nova Inglaterra movimenta-se para ajudar as populações. Segundo dados mais recentes, o número de mortos nas cheias na ilha de São Vicente em Cabo Verde, na segunda-feira, 11 de agosto, é de nove, adiantou a comandante regional do Serviço Nacional da Proteção Civil e porta-voz do gabinete de crise.
A escola de Monte Sossego recebe desalojados e as estruturas de saúde de São Vicente disponibilizaram atendimento psicológico às famílias afetadas, segundo as autoridades.
Entretanto, a operadora de transporte rodoviário Alsa Portugal, que emprega vários motoristas de origem cabo-verdiana, está a desenvolver uma ação de solidariedade e apoio humanitário à ilha de São Vicente, na sequência das chuvas que provocaram cheias naquela região.
A tempestade registada na madrugada de segunda-feira na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, para além da tragédia humana, destruiu casas e estradas e levou à queda de pontes.
Em comunicado a empresa explica que a campanha conta com o envolvimento de toda a equipa da Alsa em Portugal, com destaque para os motoristas cabo-verdianos que integram os quadros da empresa.
Na sequência da tempestade, Cabo Verde decretou dois dias de luto nacional e um gabinete de crise foi criado para coordenar a resposta.
Além da destruição na ilha de São Vicente a tempestade causou ainda danos em Santo Antão e São Nicolau, com o Governo a declarar situação de calamidade por seis meses nos três municípios, para permitir a mobilização urgente de recursos.
O Presidente da República cabo-verdiano, José Maria Neves, deslocou-se à ilha para visitar zonas afetadas, reunir-se com autoridades e contactar famílias atingidas, sublinhando “a tranquilidade” e o “engajamento cívico” da população perante a destruição.
A Câmara Municipal de São Vicente começou na quarta-feira a entregar um subsídio de cerca de 181 euros às famílias das vítimas mortais, com o autarca a adiantar que estava a ser feito um levantamento das famílias desalojadas, para igualmente receberem apoio imediato.
Países como Timor-Leste, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe manifestaram solidariedade e apresentaram condolências às famílias enlutadas.
De Portugal chegou sexta-feira um navio da Marinha para prestar assistência humanitária em Cabo Verde.
Campanha de solidariedade na Nova Inglaterra
Raquel Antunes, da Associação Caboverdiana de New Bedford, e Jorge Gorila e Jorge Faria, de um grupo musical destas paragens, estiveram recentemente nos estúdios da WJFD para falar sobre uma campanha de solidariedade para com os sinistrados das recentes cheias que assolaram a ilha de São Vicente, em Cabo Verde.
“Foi de facto uma tragédia e numa festa já agendada anteriormente e para outros fins, e face aos acontecimentos trágicos em São Vicente, resolvemos então continuar com a mesma festa (já realizada na passada sexta-feira) e aproveitar os fundos para redirecionar na ajuda de pessoas e famílias que foram atingidas por essa tragédia”, começou por dizer Raquel Antunes em entrevista a Jorge Morais, da WJFD.
As campanhas de solidariedade têm surgido de várias latitudes e geografias, de comunidades cabo-verdianas da diáspora, de Portugal e aqui dos EUA, com os governos destes dois países a movimentarem-se nessa campanha de ajuda, que traduz-se não apenas em donativos financeiros como ainda em roupas, géneros alimentares não perecíveis, medicamentos, etc..
Raquel Antunes e Jorge Gorila deslocam-se esta semana a Cabo Verde para ajudar in loco as populações que foram atingidas por esta tragédia.
A comunidade cabo-verdiana desta região tem-se movimentado em diversas campanhas solidárias. Sabe-se entretanto que a comunidade cabo-verdiana de Brockton já conseguiu angariar cerca de 100 mil dólares para os sinistrados.
“Temos de agradecer a todas essas pessoas que têm aderido a este gesto solidário de diversas formas”, refere Raquel Antunes, que pode ser contactada através do telefone 508-971-6557, adiantando que o barco que sai desta região com destino a Cabo Verde só partirá no próximo mês de setembro.




0 Comments