Desde que o saudoso Heitor Sousa trouxe a palco a primeira edição das Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, fê-lo com a intenção de reunir em Fall River as mordomias, filarmónicas de toda a Nova Inglaterra, ao que se juntaram as irmandades de Newark, Colorado, Pennsylvania e mesmo Açores.
Fê-lo com tanto entusiasmo que Berta Cabral, então presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, ao ser convidada para as Grandes Festas, viveu de tal forma a tradição do Espírito Santo em terras americanas, que no regresso rodeou-se de gente da têmpera do ilhéu e ali fez reviver as festas do Espírito Santo, que, curiosamente, tinham sido fundadas em Ponta Delgada, por uma comissão de que fazia parte Heitor Sousa.
Mas o saudoso mentor das Grandes Festas não só conseguiu como transmitiu aos sucessivos presidentes a necessidade de manterem as mesmas diretrizes, que baseavam-se em trazer a Fall River convidados, tanto quanto possível das diversas ilhas dos Açores e mesmo do Continente. Nomes que hoje se encontram nas cúpulas políticas, aliado a inúmeros bispos, ranchos folclóricos, filarmónicas, marchas populares, artesãos, exposições fotográficas e pavilhões, assim como entidades individuais: bispos, padres, presidentes, ministros, secretários, etc.. E porquê?
Além de dar um cunho mais oficial às festividades traziam a Fall River familiares, amigos, colegas de escola, vizinhos na freguesia, camaradas de campanhas políticas, dos convidados que assumiram cargos e posições.
Mas não são só palavras. Temos exemplos reais.
E senão vejamos.
A vinda aos EUA do saudoso D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra e ver surgir em Fall River, corpos diretivos, associados, do Centro Cultural de Santa Maria em East Providence, na sua maioria primos do saudoso bispo.
A estes juntaram-se os naturais da freguesia de Santo Espírito, vizinhos e conhecidos do prelado açoriano. Isto repetiu-se com outras entidades visitantes, quer religiosas quer civis.
Curiosamente teremos entre nós este ano de 2025, Luís Carlos Correia Garcia, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Passou por técnico superior da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial, técnico da Associação de Jovens Agricultores do Faial.
Dos EUA tivemos o comendador, empresário, apoiante do ensinio universitário, apoiante da obtenção de cidadania, apoiante social, o politico criativo, concretizador, representante da comunidade nas Grandes Festas: Manuel Fernando Neto, ainda do comendador, empresário, apoiante do ensino universitário, homem do mar, das regatas de botes baleeiros. João Carlos Pinheiro, de António Teixeira destacado elemento, faialense da comunidade de Bristol, professor, administrador da vila de Bristol, nomes sonantes da comunidade de Cambridge junto do Clube Desportivo Faialense. Tais como Gabriel Duarte, que nos dizia: “Fui padrinho de casamento de uma irmã mais velha de Luís Garcia, o atual presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Além de Gabriel Duarte, relacionado com a família do convidado às Grandes Festas, temos gente das mesmas origens: Luís Santos, Jaime Silva, Francisco Correia, este último presidente do Clube Dessportivo Faialense.
Foi relacionamento deste género entre os que vinham e os que aqui estão, que Heitor Sousa sempre idealizou e que passados 39 anos Márcia Sousa continua a manter com a sua habitual visão e perspicácia do êxito.
Tem de haver motivos para vir a Fall River. Não se pode correr o risco de se entrar na monotonia. Por mais grandiosas que sejam. Não se pode ouvir dizer, “já vi o ano passado”. Tem de haver motivos diferentes.
Este ano os naturais de Vila Franca do Campo, da Vila de Rabo de Peixe, do Pico da Pedra, estão representados pelo padre Nuno Pacheco Sousa.
Por sua vez, nascido em Angra do Heroísmo temos o cónego Helder de Sousa Mendes, que é o presidente da Assembleia Geral da Confederação Operária Terceirense.
A grandeza das Grandes Festas traduz-se nas componentes religiosa e popular. Estas falam por si. Falamos pelo que presenciamos. Pelo que fotografamos. Pelo que imortalizamos. É notável o entusiasmo de quem organiza o cortejo etnográfico do bodo de leite.
São horas ao telefone. Quem organiza a procissão de coroação. A celebração solene na Catedral de Santa Maria.
Vamos à festa
Na quarta-feira, 20 de agosto, as festas têm início com a recitação do terço. Seguem-se as Sopas do Divino Espírito Santo.
Quinta-Feira, 21, abrem-se as iluminações. E a juventude invade o relvado. O Kennedy Park é enorme e precisa de muito milhares para encher.
Sexta-feira, entram as Insígnias. Os que acreditam estão presentes. O espaço é enorme. Bênção e distribuição das pensões. Segue-se inauguração do artesanato.
Sábado: Aqui a responsabilidade, triplica. Temos o cortejo etnográfico do bodo de leite. São largas centenas a desfilar. Milhares a ver. Um cordão humano liga as Portas da Cidade ao Kennedy Park.
As festas são grandes. São únicas. São a concentração anual das mordomias, filarmónicas, dos ranchos folclóricos, dos mordomos, dos imperadores, das rainhas que desfilam na sua beleza natural com as suas coroas centenárias constituindo um quadro de natureza única. Tem se acreditar para dar valor. E quanto mais não seja valorizar a juventude, que não se inibe de percorrer o trajeto entre as Portas da Cidade. Ou entre a Catedral de Santa Maria e o Kennedy Park.
Domingo, 24 de agosto: a Catedral de Santa Maria vai ser palco para a Missa Solene de Coroação. O Main Street vai ter vida com o desfile das mordomias. Filarmónicas. Rainhas. Coroas. Mordomos. Imperadores. Enfim uma procissão de rara beleza que não deve perder.
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Dr. Artur Lima, Vice Presidente da Região Autónoma dos Açores. PT/A. Pessoa




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