Encontro de diretores de comunicação social dos Açores e dos EUA a 25 e 26 de outubro em Fall River e New Bedford


Em vista a constituição da “Azores-Diaspora Media Alliance”

Promovido pela Direção Regional das Comunidades do Governo dos Açores, realiza-se dias 25 e 26 de outubro, em Fall River e New Bedford, um encontro dos Órgãos de Comunicação Social dos Açores, com o apoio da Casa dos Açores da Nova Inglaterra e do Portuguese Beyond Borders Institute da Fresno State University, na Califórnia.
Do programa constam visitas aos diversos órgãos de comunicação social portugueses de New Bedford e Fall River, incluindo naturalmente aqui ao Portuguese Times e debates/reflexões sobre a situação atual e as necessidades da cooperação entre os OCS dos Açores e da Diáspora e sobre a criação de uma “Azores-Diaspora Media Alliance”, cujas sessões plenárias terão por palco a Casa dos Açores da Nova Inglaterra em Fall River.
Haverá uma sessão de abertura no primeiro dia do encontro, com a intervenção dos conselheiros das comunidades portuguesas, João Pacheco e Paulo Martins, do diretor do PBBI (Portuguese Beyond Borders Institute da Universidade da Califórnia), Diniz Borges e ainda dos conselheiros da Diáspora Açoriana por MA e RI, respetivamente Rui Baptista e Márcia Sousa da Ponte.
Açoriano Oriental, Rádio TSF Açores, RTP/Açores, Antena 1 Açores, VITEC Azores TV, Rádio Atlântida e Tribuna das Ilhas são os órgãos vindos dos Açores, enquanto que os EUA teremos o Portuguese Times, Portuguese Channel, O Jornal, Rádio Voz do Emigrante e WJFD.
Recorde-se que em maio passado teve lugar um encontro dos órgãos de comunicação social da diáspora dos EUA e Canadá nos Açores (Terceira e São Miguel), à qual PT esteve presente, cuja finalidade, para além de reconhecer e valorizar a importância da comunicação social dos Açores e da diáspora, pretende incentivar e potenciar o intercâmbio entre ambas para uma cooperação de interesse comum.
“Estes encontros visam refletir e debater os novos desafios da comunicação transatlântica”, como referiu há meses José Andrade, diretor regional das Comunidades, a um órgão de comunicação social dos Açores e nesse sentido este segundo encontro é o prosseguimento de uma ideia que José Andrade pretende ver materializada, ou seja, reforçar essas relações e elos de comunicação que pode vir a ser concretizado com a criação de uma associação dos órgãos dos dois lados do Atlântico. É certo que esse entendimento deve partir dos próprios órgãos de comunicação social e de quem os dirige com vista à criação da tal Rede Internacional de Comunicação Açoriana, capaz de congregar e envolver os órgãos de comunicação social dos dois lados para que seja criada ainda uma plataforma virtual com uma bolsa de notícias para partilha de informações.
Ainda em maio, em Ponta Delgada, o próprio José Andrade havia-nos revelado o projeto de trazer até este lado do Atlântico e aqui no coração da décima ilha os diretores dos vários órgãos de comunicação social dos Açores, tal como já tinha acontecido diversas vezes noutras ocasiões, mas em território açoriano com os órgãos da diáspora.
“Queremos que os órgãos de comunicação social dos Açores venham a inteirar-se da realidade atual e compreender as dificuldades e desafios dos média na diáspora”, referiu na altura Andrade ao PT, tendo adiantado inicialmente que a visita aconteceria por ocasião das Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra. Ainda bem que a data foi alterada, uma vez que pelas festividades em Fall River a comunicação social deste lado enfrenta uma azáfama de trabalhos e esse encontro nessa data só viria complicar a complexa agenda dos média portugueses deste lado.
É de louvar esta iniciativa por parte do diretor regional das Comunidades de querer unir e incentivar o tal intercâmbio entre os média de lá e de cá. Contudo, quer-nos parecer que há pouco interesse da maior parte dos órgãos de comunicação social dos Açores na criação dessa rede e plataforma, a avaliar pelas questões levantadas por alguns diretores no que se refere sobretudo aos direitos de autor e pela fraca afluência no encontro em maio. 
Integrámos o primeiro painel de reflexão e debate, que teve ainda a sorte de ter uma razoável plateia de jornalistas e diversas entidades interessadas no assunto e que apresentaram pontos de vista muito válidos. Contudo, após um pequeno intervalo, eis que o segundo painel, constituído por entidades ligadas à rádio e TV, quase que falou para as paredes, uma vez que grande parte dos presentes ausentou-se e ninguém mais os viu. Foi, quanto a nós, no mínimo, uma clara mensagem de falta de interesse e, vá lá, de respeito para com a entidade promotora do evento, a DRC e para com os jornalistas ali presentes no painel. Esta foi a impressão com que ficámos e oxalá este encontro agora em finais de outubro venha a produzir frutos, ou seja: que se chegue a uma conclusão sobre a criação de uma associação de órgãos de comunicação social. 
Já participámos em outros três encontros do género em Lisboa, Oeiras e no Porto com o intituito de se criar uma associação, que chegou efetivamente a conhecer a luz do dia mas teve duração efémera. E a conclusão a que chegámos nesses encontros é que os desafios e a realidade em geral da comunicação social difere de continente para continente ou de país para país. É excelente a ideia de trazer os diretores dos órgãos de comunicação social dos Açores à diáspora açoriana para que venham a constatar in locco a realidade laboral de alguns destes órgãos, com muitos dos seus funcionários a terem como arma a polivalência quase obrigatória mediante o quadro de sustentabilidade económica dessas empresas privadas que funcionam sem apoios governamentais. 
E por falar dos tão propalados apoios do Governo da República às associações e órgãos de comunicação social, desculpem a pergunta: quando irá acontecer? Falou-se que seria em setembro, mas já vamos em outubro e num fechar de olhos teremos o Thanksgiving à porta. 
Se vier no trenó do Pai Natal já será muito bom.