Publicidade institucional nos OCS da diáspora

 

No passado dia 08 de julho o grupo parlamentar do Partido Socialista entregou um projeto de lei para assegurar o acesso às campanhas de publicidade institucional do Estado aos órgãos de comunicação social direcionados às comunidades portuguesas da diáspora. Estamos perante uma boa notícia para todos estes arautos das iniciativas comunitárias lusas e que têm sido esquecidos, embora não tenham faltado promessas de apoio sobretudo nos últimos tempos em que finalmente descobriram a importância destes órgãos a todos os níveis.
Recorde-se que o PS já havia apresentado uma proposta idêntica por ocasião da pandemia, em 2020, e que foi aprovada na Assembleia da República traduzindo-se num razoável apoio de concessão de publicidade, mediante certos critérios. O Portuguese Times, entre cerca de 30 órgãos da diáspora lusa, foi um dos órgãos contemplados. (Outros ficaram de fóra num critério muito mal avaliado... Enfim!)
Efetivamente este projeto permite agora ao Estado, sempre que queira colocar publicidade institucional que diga respeito à vida das nossas comunidades de passar pelos OCS das comunidade, segundo nota chegada à nossa redação. Tratando-se de um mecanismo da maior importância para dar maior sustentabilidade a estas empresas da comunicação social, que, como todos sabem, enfrentam dificuldades de vária ordem, esta medida, embora chegue tarde, é na verdade uma questão de justiça, como alguém disse, para todos estes instrumentos de proximidade com as suas comunidades e com o país de origem. A publicidade centraliza-se sobretudo em questões referentes a processos eleitorais, programas do governo, como por exemplo o programa Regressar, Investimento da Diáspora, Turismo, Educação, etc...
Muito se tem incentivado os cidadãos portugueses fora do território nacional a participarem nas eleições em Portugal e por vezes somos solicitados para entrevistas a diversos candidatos, mas isto de conceder espaço sem ter retorno financeiro não funciona, meus caros amigos. Se há fundos e orçamento para investir nos órgãos de comunicação social em Portugal por que não fazê-lo também nos OCS da diáspora?

 

TAP e SATA preferem apostar no Facebook do que nos OCS da diáspora

Já que estamos com a mão na massa, gostariamos de apresentar esta questão ao principal acionista e parceiro das nossas companhias aéreas de bandeira, TAP e SATA, o governo. Por que razão não se aposta mais frequentemente nos órgãos de comunicação social da diáspora para a divulgação dos seus respetivos programas? O que constatamos é que as nossas companhias aéreas anunciam cada vez mais nas redes sociais, sobretudo no Facebook, e esquecem-se do poder e da influência nas suas respetivas comunidades (leitores, radiouvintes e telespetadores) que estes órgãos ainda têm e do papel fundamental exercido em prol de uma maior divulgação e projeção do nosso país e da sua cultura nas respetivas sociedades de acolhimento. Não creio que o Facebook faça isso.
Voltando à questão da compra de espaço para publicidade institucional nos OCS vamos aguardar e ver. Tal como São Tomé: ver para crer!