As eleições intercalares nos EUA: Joseph Biden saiu reforçado, Donald Trump, o grande derrotado - Senadores e deputados estaduais lusodescendentes de MA reeleitos

 

As eleições intercalares nos Estados Unidos realizadas na passada terça-feira, 08 de novembro, surpreenderam tudo e todos, incluindo políticos e analistas, que previam uma vitória esmagadora do Partido Republicano e consequentemente o controlo do Congresso. Tal não aconteceu e a verdade é que a chamada “onda vermelha” não se confirmou. A fraca popularidade do atual presidente dos EUA, com a economia enfraquecida, a inflação a atingir níveis recorde, a crise na fronteira do sul, a frágil figura senil do inquilino da Casa Branca, para já não falarmos da inexperiência e desconhecimento no quadro da política externa dos EUA por parte da vice-presidente Kamala Harris, levavam a pensar numa esmagadora vitória do partido da oposição e um recado claro e inequívoco do eleitorado para com a atual administração norte-americana. Até porque as eleições intercalares nos EUA são tradicionalmente adversas para quem está na Casa Branca.
De repente tudo mudou. A anunciada “morte” política de Biden foi manifestamente exagerada. Contudo, o Partido Republicano vai conquistar a Câmara Baixa (Câmara dos Representantes), com o Senado (Câmara Alta) a manter-se na posse dos democratas.
Mediante estes resultados, há que concluir que o grande vencedor foi Joseph Biden e o grande derrotado: Donald Trump, que insistiu demasiado no passado e na teimosa teoria de que as eleições presidenciais de 2020 foram uma farsa. Mas, segundo figuras da cúpula do partido que o apoiou, faltou passar a mensagem aos norte-americanos de uma estratégia de futuro e isso não aconteceu. Agora o que se verifica é que os republicanos intensificam críticas a Trump, nomeadamente a vice-governadora republicana da Virginia, com uma mensagem clara a dizer basta: “Os eleitores falaram e disseram que querem um líder diferente e um verdadeiro líder entende quando se torna um obstáculo e quando é hora de sair do palco e de seguir em frente”, referiu Earle-Sears à cadeia televisiva Fox News. Uma opinião corroborada por várias figuras do Partido Republicano.
Também é verdade que a entrada em cena de Barack Obama em diversos comícios no apoio a vários candidatos do seu partido ao Congresso, com o seu inegável talento oratório, deu frutos, ele que foi portador de uma mensagem positiva de futuro, e tendo sempre em atenção a classe média e menos favorecida, que constitui a maioria neste país.
Acrescente-se que, face a este resultado, o atual panorama favorece claramente o governador Ron de Santis, apontado por muitos como o grande candidato do Partido Republicano às eleições presidenciais de 2024. Santis conseguiu uma vitória retumbante no seu estado, a Flórida, com 59,4% dos votos contra 40% do seu opositor, o democrata Charlie Christ.

Lusodescendentes reeleitos 
na Legislatura Estadual de MA
Para a legislatura estadual de Massachusetts todos os lusodescendentes que concorriam à reeleição sairam vencedores, a saber: o deputado estadual Tony Cabral (que já havia sido reeleito por não ter opositor) e soma agora 32 anos na State House em Boston. Também o senador de Taunton, Marc Pacheco, no senado estadual desde 1993 foi reeleito, levando a melhor sobre a sua oponente: a republicana Maria Collins. Michael Rodrigues, democrata, no senado estadual de MA e representando o 1º Distrito de Bristol e Plymouth foi reeleito. David Vieira, republicano, membro da Câmara de Representantes de MA, representando o 3º Distrito de Barnstable, Cape Cod, foi também reeleito, o mesmo acontecendo com o deputado democrata Christopher Hendricks, de Acushnet e representando o 11º Distrito de Bristol. Jake Oliveira, outro lusodescendente (quarta geração), antigo membro do Comité Escolar de Ludlow, foi eleito senador estadual de MA.
A lusodescendente Lori Loureiro Trahan foi reeleita para o Congresso em Washington, representando o 3º Distrito Congressional de Massachusetts com mais oito congressionistas.