
• Regresso de Eratoxica aos palcos sublinhado com uma das atuações mais aplaudidas da noite • Pedro Abrunhosa, Toy, Marisa Liz, Diogo Piçarra, Ruby Anderson e Plutónio deram brilho e excelência à noite
A décima primeira edição dos International Portuguese Music Awards (IPMA) revestiu-se de assinalável sucesso e que teve lugar na noite do passado sábado, 20 de maio, no mítico e emblemático Providence Performing Arts Center, em Providence, RI.
Mais de duas mil pessoas participaram neste que é considerado, ano após ano, espetáculo do ano e que reúne a comunidade lusófona dos vários quadrantes sociais e latitudes geracionais, dignificando a comunidade lusa da região. Trata-se de uma iniciativa de assinalável sucesso, que tem tido o apoio do tecido empresarial luso, e não só, como também da comunicação social da região, nomeadamente o Portuguese Times, que tem projetado esta iniciativa além fronteiras, que se destina a premiar os artistas e grupos e respetivos trabalhos discográficos, bem como a descoberta de novos talentos.
Estão de parabéns David Saraiva, Zack Xavier (EUA) e Manuel Costa (Canadá).
O evento começou com a cerimónia da passadeira vermelha (“Red Carpet Ceremony”), com os nomeados e artistas participantes a concederem entrevistas à comunicação social e as “obrigatórias” fotos da praxe.
O comediante Hugo Brito, na personagem de “Vavó Brito”, aqueceu o ambiente durante cerca de 30 minutos, atuação muito aplaudida, seguindo-se o espetáculo apresentado pela atriz portuguesa natural de Boston, Daniela Ruah, estrela de NCIS Los Angeles e Ricardo Farias, do programa da RTP-Açores, “De Cá P’ra Lá” e do programa “Hora dos Portugueses”, da RTP Internacional.
O espetáculo foi sendo intercalado com atuação dos artistas convidados e apresentação dos nomeados e consequente divulgação dos vencedores, que foram anunciados por entidades convidadas e teve um intervalo de 15 minutos.
De referir o regresso da atribuição do “Prémio Carreira” (“Lifetime Achievement Award”) que coube este ano a José Cid, um dos maiores vultos da música portuguesa com mais de meio século de uma carreira recheada de sucesso, tanto integrando grupos como “The Babies”, “Quarteto 1111” e “Green Windows” como posteriormente a solo. Cid, que foi muito bem acompanhado pelo grupo do IPMA, revisitou grandes sucessos da sua carreira, como “Um grande grande amor”, “Vinte Anos”, “Na cabana junto à praia” e “A minha música”. Atuação sublinhada por vivos e fortes aplausos de um público que conhece muito bem a carreira deste artista a residir na Anadia.
Pedro Abrunhosa regressou aos IPMA, desta vez trazendo um quarteto da Banda Caviar, apoiada com músicos da banda dos IPMA, tendo interpretado sucessos como “Fazer o que ainda não foi feito” e “Não posso mais”, levando a sala ao rubro, ou não se tratasse de um dos maiores músicos, compositores e intérpretes da atualidade da música portuguesa.
Diogo Piçarra, outro grande músico da música portuguesa da atualidade, abriu a noite, num atuação também muito aplaudida, o mesmo podendo dizer-se em relação aos restantes artistas vindos de Portugal: Toy, Marisa Liz (cantou e homenageou António Variações) e Plutónio e da luso-canadiana Ruby Anderson.
Uma das atuações mais aplaudidas da noite foi o grupo Eratoxica, regressado aos palcos após alguns meses de ausência. “Povo que lavas no rio”, “Quem és tu” e “Ao romper da madrugada” foram os temas escolhidos para uma atuação aplaudida de pé, não apenas pelo reconhecimento da qualidade musical deste quinteto formado por Bethanie, Zack Xavier, Cris Castelo, Mike Melo e Sérgio Anastácio, mas também em gesto de solidariedade pelo momento de dor e luto por que atravessa a vocalista, que não conteve a emoção no final.
Para o prémio “Novo Talento” a vencedora foi Rafaélla. O prémio, com o apoio da MDC Music, Toronto, Canadá, atribui $2000 ao vencedor.
“Um privilégio estar aqui”
- Pedro Abrunhosa
Momentos antes do espetáculo, Portuguese Times falou com o famoso Pedro Abrunhosa, que reforçou a importância do evento:
“É um privilégio estar aqui nesta edição dos IPMA e vir aqui trazer a cultura portuguesa, a esperança, a emoção e a festa e isto para mim é muito importante, e portanto estou pronto para “partir a louça coletivamente, eu e o público e eu só consigo fazer isto se o público também o fizer”, disse ao PT o cantor portuense, que participou pela segunda vez neste certame e que vê neste certame um instrumento importante para Portugal: “Isto é uma celebração por excelência da língua, cultura e da nossa música fora de Portugal e é pena que não tenha apoio do Estado português, que por sua vez deveria olhar para estas coisas que são fundamentais em prol da nossa cultura”, afirma Abrunhosa, para adiantar sobre planos futuros:
“Neste momento estamos a trabalhar no próximo disco, pois a música para mim é um processo de reflexão é também uma liturgia, um momento de comunhão, em que pessoas com projetos diversos, vindos de países diferentes vêm partilhar a nossa cultura através da música”, disse ao PT Pedro Abrunhosa, que pensa em escrever um livro sobre experiências e vivências da sua longa e rica carreira.
Pedro Abrunhosa entrou em palco cantando “Vamos fazer o que ainda não foi feito” e o primeiro grande sucesso da sua carreira “Não posso mais”.
Mas outros grandes sucessos da sua carreira foram executados no “After Party”, no Strand Ballroom, em Providence, como “Se eu fosse um dia o teu olhar”, “Rei do Bairro Alto” e outros.
“É muito importante para mim estar aqui”
- José Cid
Por sua vez, José Cid, que recebeu o Prémio Carreira, “Lifetime Achievement Award”, teve tempo para falar à reportagem do Portuguese Times:
“Para mim é muito importante estar aqui porque representa o respeito e admiração que as pessoas têm pela minha obra e estou muito contente pela distinção de que fui alvo com este Prémio Carreira e é um incentivo para eu continuar a escrever, a compor e a cantar”, sublinhou para elogiar esta iniciativa: “Esta sala é ótima e os músicos que vão acompanhar são excelentes e portanto vai ser um belo espetáculo”, referiu ao PT José Cid, momentos antes da sua atuação. E foi uma atuação empolgante, com o público a aplaudir cada tema que cantou: “Um grande, grande amor”, “Vinte Anos”, “Na cabana junto à praia” e “A minha música”.
Ao PT falou sobre o seu novo disco com Tozé Brito, intitulado “TOZÉ CID”.
“É um trabalho que está a ter grande aceitação do público e estou muito satisfeito com este trabalho que inclui temas muito antigos, do tempo dos Quarteto 1111, alguns dos quais foram censurados e proibidos de passarem nas rádios no tempo do regime fascista”, disse ao PT José Cid, tendo adiantado que roupagem sonora e rítmica não difere muito da sonoridade daquele grupo que foi grande sucesso nos anos 60 e 70 em Portugal.
De referir que o espetáculo será transmido, em data a anunciar, pela RTP Internacional.
• Reportagem: Francisco Resendes • Fotos: Luís Santos
